quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Radouken!!


Era mais um dia normal para aquele cara. Segunda-feira. Deu graças a Deus por ter acordado antes do despertador: tinha esquecido de ajustar... Não é a primeira vez que isso acontece. Da outra vez foi pior, deixando a namorada plantada mais do que devia no local marcado. Mancada... Mas tudo resolvido, e quase resolvido de mais.

O coitado, além de acordar mais cedo do que o normal, tinha a difícil tarefa de ir ao banco. O cara comprou sua moto no sábado, maior faceiro. Tinha que andar na procissão de joelhos pelo menos um pouco. Mas nem tanto assim.

Chegando ao banco, [putaquepariu] tinha uma fila enorme. Mas o fulano é esperto! A cara de bobo e o jeito de andar só engana. Passando pelo fim da fila, disfarçando [com a cara de bobo] como quem não sabe de nada, continuou. E foi indo... indo... indo... Até chegar à esquininha do banco e virar para o quadrante esquerdo, dando de cara com mais um pouquinho de fila. E a porta não estava trancada não. Apertou o botãozinho, entrou, e com a mesma cara de quem não sabe de nada [bobo] foi se enfiando e adentrando ao local que parecia fechado.

Missão fracassada. Segurança bem treinado. Resultado: voltou ao final da fila. Até que foi engraçado, e ficar lá ouvindo música até que não é tão ruim assim. Depois de esperar por um bom tempo, a fila começou a andar, e o sorriso no rosto voltou de repente na cara do cara. Entrou no banco, enfrentou mais uma fila, que levou a outra [mas sentado], e depois a outra, e enfim ao caixa.

Quase comemorando a transferência bancária bem sucedida, a mulher do caixa cortou suas asinhas e mandou-o mais uma vez para uma fila. Agora era a fila para falar com o gerente. Tudo certo mais uma vez, desceu, enfrentou mais uma fila e, ENFIM, acabou! Sua moto estava garantida!

Mais tarde, num sol de rachar, ir pra faculdade a tarde não foi uma boa. O coitado teve que trabalhar como um jumento. A idéia era pendurar uns cartazes. Então, era necessário fio de nylon, o que não tinha. E sobrou pra quem ir comprar? O cara saiu no sol de rachar para encontrar alguma loja que vendesse algo parecido. Fio de pesca serviu...

Depois de subir e descer escada pra pendurar os dito dos cartazes, foi correndo comer alguma coisa. A aparência engana, mas a fome é muito grande sempre. Outra pequena fila para pagar o folheado de frango, pegou katchup e mostarda e se aquietou. Assim como trabalhou, comeu como um jumento também...

Aula chata de photo-shop. Aula legal de desenvolvimento interpessoal. Normalmente, o horário de saída são as dez. Dito e feito. Mal saiu da faculdade e colocou o fone de ouvido. 30 Seconds to Mars foi o escolhido. Ainda tava calor. Apenas uma brisa gostosa. Mesmo caminho de todos os dias. O cara foi até o tubo em que sempre pega o bi-articulado para ir para casa.

Nada de anormal, pois como disse, era só uma segunda-feira como as outras. O tubo cheio de mulherada, mais dois homens [e, óbvio, o cobrador]. Um desses homens era um mendigo. Tinha alguma coisa na mão, mas nem deu para entender o que era... Estava curtindo sua música, pois esse cara aí não vive sem. “Until you die, Until you're alive!”. Caras e bocas!!

O coitado não teve tempo nem de piscar direito. Quando olhou pra trás, o cara que não era o mendigo soltou a mochila e peitou o outro. Daí já era. Começou a pancadaria. DENTRO DO TUBO! O cara não sabia o que fazer. Olhou para todos os lados, viu a mulherada fugindo, o cobrador com as mãos no bolso, o outro cobrador do outro tubo vindo correndo um um sei-lá-o-que na mão... Tudo aconteceu tão rápido!

E foi soco, chute, rasteira, voadora... Deixando bem claro que tudo isso era o cara que não era mendigo que fazia. O mendigo devia estar bêbado, porque nem força pra revidar tinha. Bateu, bateu, bateu... ”Save me, save me, save me, save me!!”. Jared Leto não parava de gritar isso na música, e ninguém fazia nada! O cara assistiu tudo isso de camarote, em slow e com trilha sonora. Não ouviu nada! E a luta continuando...

Até que o coitado do pobretão caiu desmaiado. Is over! Ou não [como diria Caetano...]. O outro cara, que não era o mendigo, pegou o caído pela perna e começou a arrastá-lo pelo chão e louvou-o até a porta. De lá, jogou o filadamãe e foi chutando até chegar no outro lado da via. O coitado do mendigo estava se esvaindo em sangue. Agora tocando “From yesterday”, todo mundo foi se recompondo e indo aos seus lugares. O cara fez cara de quem não viu nada. O outro, de quem não fez nada. O mendigo, lá fora, ficou balbuciando alguma coisa, que a música abafou.

Lá na frente já vinha o ônibus. As pessoas pegaram suas trouxinhas, entraram no minhocão vermelho e seguiram suas vidas.

Você entendeu??

Nem eu...

By tom...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O Show de Tom


Já faz um tempo que eu assisti esse filme. Adoro os filmes com o Jim Carrey. Tem gente que me acha parecido com ele [Pffffffff!!!]. Outros me acham parecido com o Stifler [Pffffffffffff!!]. Realmente, a única pessoa que me acho parecido é com meu pai, nos seus tempos de jovialidade e formosura. Sou muito sem graça fisicamente e psicologicamente para ser parecido com Jim Carrey; ou com seus personagens.

Fiquei sabendo por aí, que ele, na vida real, é depressivo. Uma coisa que, olhando pra cara dele, não combina. Mas cada um com suas neuras, ninguém pode julgar. Afinal, o cara é “O” máximo nos filmes, e cada filme dele supera o antigo, sendo ótimo até em filmes de suspense, não só naquele besteirol ridículo e muito bem feito, e que todos gostamos. Ele até já ganhou um
prêmio especial no MTV Movie Awards 2006. Resumindo: o cara é uma lenda!

Acontece que esse filme, O Show de Truman, me intriga um pouco. E me fascina também, pela grande imaginação impossível ou não.

Ou não? Por quê?


Sou um cara normal, com afazeres normais, com roupas normais, e que gosta de ser assim. O filme que eu mais gosto é Juno; a pessoa que eu mais amo é a Tamara; a banda que eu mais gosto é 30 Seconds to Mars; o programa que eu mais gosto é 15 minutos [mas não assisto]... E por aí vai. Algumas características que qualquer garoto por aí tem [exceto a Tam né! Ela é minha! Só minha!!!]. E mesmo sendo tão normal assim, não duvido nada que eu seja especial também.

Mas às vezes me pego pensando [não sei por quê...] em se tudo isso fosse mentira. Assim, como no filme. E se fosse tudo fingimento, as pessoas ao meu redor fossem contratadas para me fazerem felizes, ou não [eita Caetano!], se o leite Parmalat que eu tomo é pra fazer propaganda. É uma coisa para se pensar. É obvio que lá no mundo da imaginação, porque técnicamente é impossível.

Mas e se? E se essa webcam aqui na frente, que eu penso estar desligada, não está, e fica me gravando por todo tempo que fico aqui na frente? E se a minha cidade for toda de mentira, assim como no filme? E se no banheiro tiver uma câmera que filma todas as vezes que eu vou mijar ou fazer o nº2? E o meu banho? Os momentos de intimidade? E quando eu durmo pelado? Quando tiro tatu do nariz? E quando coço o saco? E quando... E quando... E quando...???

Nas rádios, as músicas são todas escolhidas a dedo pra mim. Na TV, nada de bom me agrada pra eu poder fazer alguma outra coisa que não seja ficar no sofá, deixando o ibope estável. As notícias poder ser todas imaginadas e fictícias, ou escolhidas a dedo para chamar a minha atenção para certas coisas e deixar outras tão mais importantes de lado [opaa!! Mas isso já é feito! Na vida real mesmo!]. Meu pai, que não mora comigo por razões pessoais [separação], só não está aqui pelas circunstancias criadas pela emissora porque é um salário a menos para pagar, arrumando sempre o mesmo ator em caso de férias em sua casa. Meu blog é visitado milhões de vezes por dia, pela repercussão do meu reality show, mas, não sei como, sabem minha senha, e o contador do meu blog é sempre arrumado para meras três mil visitas.

São tantas e tantas coisas, que se tiver uma imaginação do mal [ou alguma deficiência mental] tudo se encaixa, me deixando mesmo num Show de Truman. Ou de Tom, como você quiser. Afinal, a audiência é sua.

Se te agrado? Não sei... Se todas as pessoas que estão ao meu lado forem atores? Não sei... Se sou gravado 24 horas por dia? Não sei... Mas que sou muito feliz com a vida que tenho: disso eu tenho toda a certeza!!


By Tom...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Gimme More!!


Nem estava com sono ontem. Deitei na cama já passava da meia-noite [tecnicamente hoje] e os olhos estaladões. Engraçado é que quando vai passar alguma coisa legal na TV o sono pesa. O Programa do Jô estava ótimo, e quando começou e apaguei.

Nível de ansiedade: 2
Acordei 5 minutos antes de o celular despertar [essa tecnologia hein...]. Mal abri os olhos e o estômago borbulhou. Em qualquer pessoa normal, isso seria sinal de fome, pois é de manhã né. Mas comigo e hoje não. Lá vinha a dor de estômago.

Fiquei até admirado com o tempo. Aqui em Curitiba, toda essa semana atrás estava uma chuva lazarenta! O Sol tava me dando um animosinho. Ainda bem. Depois de tirar a cara de sono, comer uma qualquercoisa, arrumei minhas coisas e fui.

Os ônibus a essa hora da manhã são lotados. O ligeirinho estava até baforado por dentro, porque mania de curitibano é deixar a janela fechada no maior calor. [Obs: abri a janela que tava do meu lado...]. Ao som de Juliette and The Licks, fiquei eu lá, se segurando com aquela cara de nada que todo mundo faz dentro do ônibus.

Nível de ansiedade: 4

A minha Vó tinha explicado que era pra descer no tubo depois do terminal tal [que eu esqueci o nome na hora, como agora também...]. Mas mesmo assim, o frio na barriga e a pontada no estômago continuam. Vai que eu desço errado! Em situações como essa, [strike]comigo[/strike] tudo pode acontecer. A cada parada, tirava o fone do ouvido pra poder escutar a belíssima vós da mulher dizendo “Próxima parada, estação tal”. Vai que eu desço no lugar errado.

Nível de ansiedade: 5
Depois do desespero, vi que não tinha como errar: o nome do tubo era Detran. É... não tinha como errar... O problema foi me localizar quando vi aquele prédio enorme. Fui, voltei, fui de novo, voltei... Olhei a minha volta, segui a plaquinha... E pra variar, errei o caminho. Depois de me informar com qualquer um [alma caridosa], me achei e assinei um papel lá. 11 e 15 era o horário. E esses quinze minutos parecem que não passam nunca. Se Marcelo Adnet estivesse lá, ia passar rapidinho, garanto!

Nível de ansiedade: 7
Me chamaram, e o pânico tomou conta de mim. Devia ter umas vinte pessoas pra fazer teste junto. A imagem do “cara que testa a gente no teste do Detran para tirar carteira para moto” [tudo isso poderia ser substituído por uma única palavra, que pra variar eu esqueci] é de um carrasco com aquele capús enorme. Mas nem era não. Ele até que tinha uma cara de bobão. Depois de algumas instruções, começou.

Nível de ansiedade: 9
Doei minha impressão digital para uma mulher lá, ela escreveu Ok no meu papel, e fui para a fila. Um dos últimos, pra variar. E ainda bem né! Os primeiros se foderam! Pelo simples esquecimento de abaixar a viseira, a reprovação vinha como um tapa na cara deles. A primeira pessoa que passou foi uma MULHER! Me impressionou! Passou; reprovou; passou; reprovou... Era um único “cara que testa a gente no teste do Detran para tirar carteira para moto” para cuidar de todas aquelas pessoas. A atenção dele não era muito boa. Vi muitos errinhos que ele passou batido. Depois de muitas felicidades, ou não, como diria Caetano, chegou a minha vez!

Nível de ansiedade: 10000000000000000000000000000000000
Fui o antepenúltimo da fila. Peguei a moto, coloquei o capacete e rezei umas dez Ave-Marias... OMG! Era agora. A hora da verdade. A hora da insegurança. Da vontade de gritar. Da vontade de sair correndo. Vô te contar viu! Dá até vontade de mijar! Que merda viu.

Mas fui com fé. Comecei de boa e fui fondo, fui fondo... até que iu! Meu único medo era a rampa... E depois dela, nem tinha terminado, e já tava faceiro! O sorriso no rosto e a vontade de ligar logo pra Tam me fizeram esquecer de pôr no neutro, e quando soltei a embreagem pra entregar pra outra guria que ia usar a moto, ela fez um barulhão e quase caiu! Mas que se foda! Não tava nem ai pra moto! A guria pegou, rindo, desejei sorte pra ela e fui. Perguntei pro “cara que testa a gente no teste do Detran para tirar carteira para moto” e ele falou alguma coisa como “bla bla bla, wiskas sache” e eu saí correndo...

Liguei pra todo mundo que eu tinha direito, ainda tremendo e com o sorriso na cara. Tava parecendo aquelas pessoas em estado de choque emocional muito grande de felicidade [traduzindo: orgasmo!].

Nossa meu!! Eu sou foda!! Eu, que aprendi a pilotar moto faz menos de um mês, passei! Ao contrário de muita gente velha e com cara de que sabia, mas não conseguiu! Deu dó... Mas e daí! Eu passei!!!!!!

Agora é só esperar a carteira [ou carta, como diria o resto do mundo] e comprar a moto para cair nesse mundão véio e sem porteeeiraaaa!!



*P.S.: A alto-estima pode ser uma coisa boa para muitas pessoas. Para mim não! A arrogância é um dos sinais de inteligência...

**P.S. 2: Estou feliz... Desculpe pela arrogância... O que importa é que eu passei!!!!!
[Loooooooooserr!!!! Rsrsrsrsrsrsrsr!!]


By Tom!!

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