Mochileiro!!
Alguns meses atrás, fui assaltado. Na cara dura, e na esquina da minha casa, voltando de uma festinha particular. Naquela época, eu tinha uma mochila vermelha, que sem vergonha de falar, estava caindo aos pedaços. Mas mesmo assim, não tinha vontade de trocar. Primeiro, porque odeio gastar dinheiro com coisas úteis. E segundo, porque ela ainda carregava as minhas coisas.
Essa mania de usar mochila sempre, veio quando comecei a fazer teatro. Nela cabiam minha carteira, minha blusa [se fizesse frio] e as bugigangas que se carrega a mais sem necessidade. E essa mochila vermelha agüentava. E agüentou tanto, que estava eu usando-a naquela sexta-feira [era Santa ainda!] quando fui assaltado.
Levaram meu celular que estava dentro do bolso, e minha mochila com tudo que estava dentro. O engraçado, é que eles deixaram minha carteira com os documentos [e é assim que eu acho que não sou tão azarado quanto penso]. Dentro da mochila estavam livros da minha namorada e meu MP3, que se foi de gaiato, porque nem bateria tinha e estava na mochila só por estar.
Enfim, fiquei na ... [por fins acadêmicos, não colocarei palavrão neste post!]
Fiquei dias traumatizado, sem minha mochila vermelha. Onde ia carregar minhas coisas agora? E depois de me acostumar com a mochila, sair sem ela é como estar nu! O dinheiro parece que vai escorregar do seu bolso a qualquer momento. E a carteira no bolso de trás da calça nem se fala né... Sei que é horrível falar isso, mas senti mais falta da mochila do que do meu celular!
Felizmente, meu aniversário veio depois de alguns dias e ganhei outra mochila. Não tão vermelha quanto à outra, ou estragadinha, mas dava pro gasto. Tinha as mesmas funções, como toda mochila, mas eu queria tanto a outra....
E minha sorte com mochilas não está muito boa. Porque passados algumas semanas, essa que era novinha em folha começou a estragar, desfiando o tecido. Quando eu ganhei, ela não tinha essa cara de descartável. E foi abrindo, abrindo... Até que não deu outra: tive que comprar uma nova [ou seja, gastar dinheiro!]. E essa nova é a que uso hoje.
Bem bonitona, a coisa mais linda, a minha cara. Essa deu gosto de usar, mesmo não sendo a vermelhinha tão querida. Nela cabem muito mais coisas, com bolsos por todo lado e compartimentos secretos. O único infortúnio é que as coisas parecem pesar muito mais lá dentro. Um caderno normal pesa quilos quando está dentro da mochila. Mas ainda faço algum teste pra saber o que acontece [relembrando os tempos de Física no Ensino Médio].
Agora entendo o valor que as mulheres dão em suas bolsas. Afinal, uso minha mochila como se fosse uma bolsa de mulher [é obvio que não guardo tantas tralhas, nem o brilho de pêssego lá dentro]. Antes, quando não tinham levado a minha vermelhinha, eu não tinha percebido sua importância para mim. E carrego essa importância com as outras que comprei e com as que virão [porque essa que eu comprei já está se estragando... droga...].
Sua importância não é como mochila/única, e sim como função, como todas as mochilas do mundo funcionam do mesmo jeito. Hoje não vivo sem minha mochila e não saio de casa sem ela. Mesmo estragadinha e feiazinha, ela é minha mochila e me serve como eu necessito. Se essa má sorte com mochilas continuar, melhor ainda! Comprarei uma por mês, nem que sejam essas descartáveis de camelô! O valor delas pra mim continuará o mesmo...
Desculpa amor, acabei de me declarar pra minha mochila... :P
By Tom